O hexagrama Ken – montanha sobre montanha – significa literalmente para. Seu ideograma tem o sentido de contrariar, dificultar. E toda dificuldade e angustia trazem a necessidade de reflexão.
Por que estou sendo impedido? Por que estou sendo limitado? Quando estamos limitados, com dificuldades, devemos nos voltar para o interior, não para fazer criticas, mas para ficarmos quietos. Criticando ou analisando, estamos aumentando as emoções. Para ter uma melhor compreensão e encontrarmos o sentido daquilo que desejamos, devemos parar. E um dos meios é a meditação.
A tranqüilidade não deve ser forçada ou rígida e si surgir espontaneamente através de um recolhimento interior. Através da meditação nos afastamos da inquietação e da confusão do mundo externo, nos colocando no estado de inexistência. E, pôr não estarmos apoiados em algo, naturalmente penetramos no vazio interior, unindo a mente ao Tao, à consciência pura.
Isso significa que primeiro é preciso ter a disciplina de saber parar diante das coisas, conhecer a quietude, eliminar o impulso de ir adiante na realização do desejo. Muitas vezes a situação é desfavorável, e não há nenhum potencial a nosso favor, criando desgaste, que gera angustia, ansiedade e conflito.
Através da quietude conseguimos contemplar, perceber para onde nosso destino pessoal está indo e para onde a força deste destino está nos levando, ao invés de lutarmos contra ele.
O filosofo chinês Mêncio, diz: “conhecendo a quietude, pode-se possuir a estabilidade. Conhecendo a estabilidade, pode-se encontrar a serenidade. Conhecendo a serenidade, pode-se encontrar a paz. Possuindo a paz, então pode-se pensar. E podendo pensar, pode-se agir.” (O.M.)