Quem conduz a realização do corpo por abraçar a Unidade, pode tornar-se indivisível. Tao Te Ching, cap. 10
Nas escolas orientais existem infinitas pratica de meditação porém, basicamente, as técnicas de meditação se resumem em dois fundamentos: a concentração e a contemplação.
A concentração é uma atitude ativa da consciência e a contemplação é uma atitude passiva da consciência. Quando nos sentamos na praia olhando o mar, vendo as pessoas, ouvindo o vento, não nos preocupando com nada, apenas contemplando, nessa hora a atitude mental, a atitude da consciência está em um estado passivo. Estamos passivamente contemplando as coisas que estão acontecendo.
Quando estamos assistindo a copa do mundo, temos nossa atenção toda voltada para a televisão: estamos exercendo uma atitude de concentração. Esta atitude é contraria àquela da praia quando a tudo olhávamos sem querermos olhar para nada. A concentração é uma atitude da consciência, é uma atitude da mente ativa, quando colocamos objetivamente nossa atenção em alguma coisa específica.
Uma pessoa consertando um radinho, precisa de concentração. Uma pessoa que precisa relaxar, não pode ficar totalmente concentrada, ligada em alguma coisa.
O Cristo Redentor no alto do Corcovado, é um ponto de concentração porque toda a cidade o vê; também o turista chega ao Rio para vê-lo.
Sempre que olharmos para um lugar, nossa energia se dirige para esse lugar. Qualquer lugar que chame a atenção em torno de si, é um ponto de concentração de energia, é um ponto de convergência de atenção. A atenção leva a energia para esse ponto.
Do mesmo modo, numa prática de meditação, coloca-se a energia num ponto criando-se o ponto de concentração. O ponto de concentração nos ajuda a anular a dispersão eliminando o excesso de pensamentos e criando um único pensamento, uma única atenção. O ponto de concentração é o ponto de força para onde tudo se dirige. Os pontos de concentração são pontos de força.
Na pratica de meditação taoísta, trabalha-se simultaneamente com contemplação e a concentração: ao mesmo tempo que se contempla se entra dentro de seu próprio ponto de concentração.
O que fazemos em nossa prática de meditação? Colocamos a consciência dentro do ar que respiramos. Nesse momento, o ar que respiramos é o ponto de concentração: estamos observando, temos nossa consciência fora do aparelho respiratório e observamos o ar que entra e sai. O ar que entra e sai é o ponto de concentração e nós somos aquele que concentra a atenção no ar entrando e saindo. No mesmo momento, não apenas observamos o ar entrando e saindo como também tentamos entrar dentro do ar, nos tornando o próprio ar entrando e saindo. Atingindo esse estágio, nos tornamos a própria contemplação. Nesse momento, a consciência atinge o estado do Tai Chi que é o estado Uno. Esse é exatamente o trabalho que devemos fazer.
Nesse ponto se atinge um estado de absoluta vitalidade porque é um estado onde a consciência e a vida não se separam. O que conduz uma pessoa à morte é a separação da vida e a consciência.
Durante o estado de êxtase na meditação, a consciência e a energia vital ficam unidas com absoluta firmeza porque nessa hora, a consciência está na própria vida. Vida é consciência e esta não separação não pode ser desunida, criando-se então, o efeito da longevidade e de transformação da consciência. Quanto mais vezes conseguimos entrar nesse estado de êxtase, maior resultados teremos em relação à prolongação da vida e ao equilíbrio emocional, mental e maior transformação da consciência.